sexta-feira, 1 de julho de 2011

brancas

Odeio esquecer. 
Por vezes é o melhor, eu sei, mas nós somos feitos de matéria, de memórias e vento. Se não os temos, somos amnésicos de alma. Somos fumo. Somos nada, vento de sentimento oco. Às vezes entra por mim uma ideia, que depois se vai embora, sem deixar registo, para além de vazio. As chamadas  b r a n c a s . . . Irritam-me profundamente, fazem-me comichão no ego e dão-me voltas à barriga. É estar e fazer sem lembrar a razão, é sensação de perda e de limitação. Não quero esquecer, não quero... não quero... mas o tempo passa e apaga. Há coisas que quero que fiquem, mas vão, mesmo sem querer. Então escrevo, como que hipnotizada pelo relógio de bolso, ferrugento. Escrevo sem história, inconsciente, sem memória... Escrevo sem saber.

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