domingo, 31 de julho de 2011

noites em branco


Levantei-me. O corpo estava pesado e cansado, e, lá fora, escuro e frio. Olhei pela janela à espera de encontrar vestígios de respostas para apagarem o que não me deixava adormecer. As horas que dormira, apesar de terem parecido infinitas, ainda não tinham sido suficientes para o sol romper pelas gretas da janela do quarto e vir um novo dia, mais uma vez. Na solidão daquele espaço, acompanhavam-me os fantasmas do predicado do meu pesadelo, que faziam de ti o sujeito subentendido na nossa história. Agora era tarde de mais. Para ti, para nós e para o tempo que não passou. (…) Os ruídos mentais deste assombro foram depois engolidos pela última badalada do relógio da igreja da minha rua. Agora, percebi que os fantasmas do passado se haviam dissipado. De seguida, veio o silêncio. Por fim, vi que estava só. 

8 comentários: